O Hospital-Dia é o viés de tratamento mais antigo e o que dá origem ao Instituto A Casa.
Pensado como alternativa aos tratamentos manicomiais, o HD oferece sustentação grupal e institucional aos pacientes, todos os dias, das 9 às 17 horas.
Ao chegar no HD o paciente é acolhido pela equipe e passa a se inserir nos grupos terapêuticos e atividades em geral. O contrato inicial é feito para que a pessoa entre, o quanto antes, em um grupo de psicoterapia e terapia ocupacional. Em seguida, é pensado, juntamente com o paciente e seus familiares, um projeto clínico que define os horários e grupos que irá participar.
Os grupos de psicoterapia e os de terapia ocupacional se reúnem duas vezes por semana, os demais, uma vez por semana, de manhã ou à tarde. Os pacientes em período integral participam de dois ou mais grupos por dia. Há horário para o almoço e o que chamamos de espaço livre - quando os pacientes podem se organizar livremente, escolhendo a melhor forma de ocupar o tempo, organizando jogos, combinando programas para o fim de semana ou conversando.
Há também um momento para conversas individuais com os terapeutas, muito importante quando o paciente tem dificuldade de tratar certas questões em seu grupo de psicoterapia. Nesse espaço mais reservado, o terapeuta facilita uma aproximação mais informal do paciente com os demais e o acompanha em momentos de muita solidão. Muitas vezes é essa a oportunidade do paciente experimentar o compartilhar de algo que quebre com a solidão do monólogo psicótico.
Desta forma, vamos criando um ambiente familiar no qual a pessoa vai encontrando um espaço próprio através da relação com os terapeutas e do contato com os outros pacientes.
EQUIPE DO HOSPITAL DIA
Ana Paula Aguiar - Psiquiatra
Davi Berciano Flores - Psicólogo
Enzo Pizzimenti - Psicólogo
Fabio Venturini Diorio - Psicólogo
Fabíola Vezzali Cirilo - Terapeuta Ocupacional
Fabrício Donizete da Costa - Psiquiatra
Fernando Alberto Taddei Cembranelli - Psiquiatra
Fernando Carvalho Lima Ramos - Psicólogo
Gabriela T Ussami - Terapeuta Ocupacional
Julio Cesar R. de Oliveira - Psicólogo
Maisa G Meirelles - Psicóloga
Mariana Livia Batista - Terapeuta Ocupacional
Martin Aguirre - Psicólogo
Nátaly Karine Pereira - Psicóloga
Olivia Matar - Psicóloga
Patricia de Camargo Penteado - Psicóloga
Paula Signe Beutel - Terapeuta Ocupacional
Perpetua Medrado Gonçalves - Psicóloga
Raphael Galuppo - Psicólogo
Renata Bianco - Psicóloga
Renata Zambonelli Nogueira - Psiquiatra
Rogéria Neubauer
Vitoria Oliveira dos reis - Terapeuta Ocupacional
No momento temos cinco grupos de psicoterapia funcionando no HD. Trata-se de um grupo predominantemente verbal, que funciona duas vezes por semana com um número mais reduzido de pacientes. São grupos que acontecem sempre com os mesmos pacientes e terapeutas.
Trabalhamos através de dois eixos básicos: o vertical e o horizontal. O vertical se dá pela atuação mais direta dos coordenadores, com o intuito de criar um espaço de acolhimento no qual o paciente possa pensar e falar sobre si. O horizontal consiste na atuação de todos os membros do grupo entre si; é em ambos os eixos e na combinação deles que se dá um exercício de expressão e simbolização dos mais relevantes no tratamento no hospital-dia.
É neste contexto que é possível que cada um tenha sua história e suas questões testemunhadas e validadas por um coletivo, podendo, com isso, compartilhar e encontrar no outro/grupo um sentido para si e uma identidade própria.
Este grupo acontece às segundas feiras pela manhã. Por ser o primeiro momento de encontro após o final de semana nós costumamos fazer um café da manhã longo. Acolhemos as demandas e cuidamos para criar um clima grupal, no qual cada paciente possa ingressar num mundo mais coletivo e se descolar de suas questões pessoais tão acentuadas pelo final de semana.
Em seguida começamos a atividade. Uma semana nós conversamos e fazemos uma votação sobre o prato que iremos preparar. Na semana seguinte nós cozinhamos. Há mais ou menos seis anos que utilizamos a culinária como dispositivo grupal. Por ser uma atividade com objetivo bastante definido ela é interessante para este período do dia, pois ao nos propormos a cozinhar -preparar o almoço do HD - criamos uma tarefa que ajuda muito a organizar as angústias tão dispersas do fim de semana.
Assim, na hora do almoço comemos todos juntos e os pacientes já estão muito mais apropriados do espaço e do clima institucional podendo sair, o quanto possível, do limbo individual.
Todas as quartas-feiras, entre 10:00 e 12:00, transmitimos nossa web rádio ao vivo! Músicas e programas especiais sobre música, livros, moda, poesia, dicas dos mais variados temas, política... aqui, todas as vozes importam! Quer conferir?
Macholandia para os íntimos! Este grupo que acontece toda semanas, às quintas-feiras, funciona como aquele lugar da casa onde os homens ficam batendo papo, contando vantagens e mentiras; tirando sarro dos outros e gostando de ser ridículo entre os amigos. De vez em quando nos fantasiamos num bar, num estádio de futebol, numa parada da Av. Paulista ou na pista de skate!
Os desafios modernos dos homens nos exigem grande união e cumplicidade masculina! Claro, com muita, muita ternura!
Este grupo ocorre às sextas feiras à tarde, quando os participantes se reúnem para construir uma possibilidade de interação social, por meio da circulação na cidade.
A tarefa deste grupo está centrada no que é exterior à instituição. Diante disso, fazemos uma discussão incluindo as diferentes sugestões e idéias de atividades e/ou passeios. Quando, por fim, é escolhido um programa, este pode ser ir a um museu, cinema, teatro, parque, café, sorveteria ou qualquer outra idéia que tenha seja acolhida pela maioria do grupo e que diga respeito ao fora, ao espaço coletivo-social.
Com o acompanhamento de terapeutas, o grupo faz sua empreitada pelo meio urbano, circulando na cidade e nos espaços públicos, se dispondo às influências dos mesmos. Muitas vezes, este contato com o mundo não é muito amigável para alguns, ou sugere dificuldades para outros. Por estas razões, é de extrema importância que o passeio seja feito em grupo, já que assim, podemos compartilhar as inseguranças, os medos e as vontades. O apoio que um integrante pode dar ao outro é o acordo básico necessário para a sustentação da atividade, fazendo com que os integrantes se "acompanhem" nesta importante troca cidade-sujeito.